O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento da comunicação, interação social e padrões comportamentais. As características deste Transtorno variam amplamente de pessoa para pessoa, desde casos mais “leves” em que os indivíduos demonstram dificuldades sutis, até casos mais “graves”, que exigem um nível de apoio maior de cuidadores. Por isso, a classificação em níveis 1, 2 e 3 de suporte, conforme identificado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5 (APA, 2014), que nos auxilia como um guia para identificar qual o nível de suporte necessário a cada criança autista. Cada criança com TEA é única, com desafios e potencialidades específicas, com necessidades individuais que demandam apoio familiar, profissional e da comunidade como um todo.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode afetar diversas ocupações e afazeres na vida de uma pessoa, que pode apresentar dificuldades para realizar as atividades mais triviais do cotidiano: tomar banho, vestir-se, comer, trabalhar, estudar, participar de eventos sociais, entre outras. Por este motivo, as pessoas com autismo muitas vezes necessitam de suporte externo para realizar uma ou mais ocupações, de acordo com a gravidade de cada caso, e por isso o TEA é classificado em níveis de suporte:
Nível 1 – Requer suporte. A pessoa com TEA pode precisar de ajuda em certas áreas da vida e de apoio para lidar com mudanças, interações sociais ou certas atividades diárias. No entanto, a pessoa geralmente consegue ter independência na maioria das situações. Nível 2 – Requer suporte substancial. Os padrões de comportamento repetitivos e restritos interferem significativamente na independência da pessoa com autismo, que precisa de suporte considerável para lidar com tarefas diárias, como organizar sua rotina, lidar com mudanças ou compreender as normas sociais e alcançar um bom funcionamento. Nível 3 – Requer suporte muito substancial. exige muito suporte em todas as áreas da vida diária, como tarefas básicas de cuidados pessoais. A pessoa com TEA pode ter dificuldade em se comunicar verbalmente ou pode não falar e exibir comportamentos desafiadores que necessitem de monitoramento constante. O ambiente precisa ser adaptado para atender às suas necessidades (APA, 2014, p. 53).
A classificação em níveis de suporte é apenas uma forma didática para entender as diferentes necessidades das pessoas com TEA. Cada pessoa é única e pode apresentar características e necessidades específicas, incluindo comorbidades, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), deficiência intelectual (DI) e síndromes (como por exemplo a Síndrome de Down), dentre outras. Por isso o suporte e as intervenções devem ser individualizados, a fim de que possam participar o máximo possível nas ocupações de cada pessoa. Nesse sentido, a Terapia Ocupacional é uma das áreas de atuação fundamentais no tratamento de pessoas com autismo, já que é uma profissão que tem como foco e objeto de estudo as ocupações.
Adriana Barufaldi
Pedagoga, mestre em Educação. Especialista em psicopedagogia, gestão de projetos, neuroaprendizagem e neurociência/psicologia positiva. Experiência na área de Educação, inclusão e diversidade, atuando principalmente nos seguintes temas: formação continuada de docentes e equipes para desenvolvimento e treinamento, aprendizagem de grupos sênior, legislação educacional, ensino híbrido e à distância, educação básica, educação profissional, educação inclusiva, acessibilidade curricular, currículo, diversidade, práticas pedagógicas e desenvolvimento e curadoria de conteúdos e afins
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